AVENGED SEVENFOLD – Citibank Hall, RJ (02/04/2011)
Em menos de 1 ano nossa banda querida voltou para o Brasil! No próprio festival SWU, a banda havia comentado que gostaria de voltar em breve para um show completo, e assim cumpriu, deixando os fãs mais do que satisfeitos. Afinal, não é qualquer banda que volta para o Brasil em apenas 6 meses. Com a nova turnê “Welcome To The Family”, a banda marcou shows em 4 cidades brasileiras, começando pelo Rio de Janeiro. E lá fui eu com meu caderninho anotar as observações e escrever essa resenha pro RockZone.
Desde as 7h da manhã já haviam fãs na fila. A maioria devidamente uniformizados com suas camisetas pretas, estampadas com o símbolo da banda: o Deathbat. Mesmo quem ia de pista premium, estava lá desde cedinho pra conseguir seu lugar na grade. Alguns queriam ficar mais pertinho do Matt Shadows, outros do Synyster Gates. Quem sabe conseguir uma palheta, ou um olhar de perto de um dos integrantes. A pista premium estava espaçosa. Não digo vazia, mas dava para caminhar (e anotar algumas coisas em meu caderno) tranquilamente. Não teve banda de abertura e o show começou sem muito atraso.
Antes de começar, qualquer teste de luz ou um roadie passando pelo palco já era motivo de euforia dos fãs. Mas a gritaria mesmo rolou quando as luzes se apagaram e aquele som de caixinha de música da intro de “Nightmare” começou. Synyster Gates já entrou se apresentando lá na frente e em seguida, as primeiras porradas do novo baterista Arin Ilejay. Ainda sem cumprimentar o publico, tocaram “Critical Acclaim”, que já nos lembra de cara a falta que o The Rev faz, quando aparece sua voz em alguns trechos. Vale destacar os gestos dos fãs, que apontavam para o céu emocionados durante a música e nos trechos em que a voz de “The Rev “ soava nos PAs como se parte dele ainda estivesse entre a banda e o público.
Enquanto Synyster trocava de guitarra para a terceira música, o publico não queria saber de esperar. Gritavam ansiosamente “Sevenfold, Sevenfold” e ai sim, Matt Shadows finalmente cumprimentou os fãs e perguntou “Quem está aqui pela primeira vez?”. Johnny Christ tira seus óculos escuros, Shadows, muito expressivo, aponta para os fãs e assim seguem com a música que dá o nome a nova turnê e a segunda faixa do ultimo disco, “Welcome To The Family”. Ao terminarem, algum fã entrega uma bandeira do Brasil com a imagem do The Rev no meio e o vocalista comenta sobre sua vontade de tocar no Rock in Rio desse ano, até citando uma possível participação em uma possível edição do Rock in Rio ano que vem (quem sabe?). Enfim, vontade de sobra a banda tem voltar as terras brazucas.
Conforme o show foi seguindo, o baterista foi pegando mais pressão e até mesmo se soltando, batendo cabeça lá atrás. Alguns dizem que ele não tem muita pegada, outros juram que ele tem a mesma pegada do The Rev, mas o que importa é que mesmo sendo um garoto novo (23 anos) e tendo sua primeira experiência com uma banda grande, ele tem vestido a camisa da banda e se esforçado bastante. Sinceramente, prefiro ele no Avenged Sevenfold, do que o Mike Portnoy. Sem desmerecer de jeito nenhum a grande técnica do mestre Portina, mas o menino tem mais a cara da banda e parece ter caído no lugar certo. Além do que, a banda é jovem, um baterista jovem e cheio de vontade, pode ser a escolha certa para quem, bem ou mal, teve que “recomeçar do zero”.
Não posso esquecer de comentar sobre os jogos de luzes que se destacaram em “Buried Alive” e depois em “Fiction”. Parecia que o palco realmente ia pegar fogo com aquela iluminação vermelha tão intensa. Sem contar o show de pirotecnia com chamas verdes e fumaças que lembravam um vulcão em erupção. Reparei que Shadows chegou a ficar um tempo segurando nossa bandeira, com força, como se fossem nossos corações exprimidos ali, numa só mão.
Quebrando o clima agitado do show, “So Far Away”, que não deu tempo de ser tocada no SWU, foi executada com maestria aqui no Rio. Quando a imagem dos integrantes abraçando o falecido baterista aparece no fundo, qualquer fã já sabe que é ela que vem, e como sempre, para nos emocionar. Fiquei com um aperto muito grande no peito, eles transparecem muita tristeza nessa música, e acho que por isso, muitos fãs choraram.
Mas o clima “triste” só durou mesmo nessa música, e a banda já voltou a quebrar tudo com a sequencia de “Afterlife”, “God Hate Us”, “Bat Country” e “Unholy Confessions”. Todas acompanhadas com o coro “ôoo ôoo” toda vez que vinha um solo. É uma boa maneira de continuar acompanhando a banda quando não se tem o que cantar. Vale ressaltar, que este foi o trecho mais empolgante do show. Percebe-se claramente o contraste entre as melodias marcantes e tocantes de suas baladas, com a energia, peso e vigor das últimas músicas citadas. De fato a platéia viu outra banda, após “So Far Away”, e destaco o baterista Arin Ilejay que apesar de tenso (talvez por ser novo e estar começando na banda) deu conta do recado.
Shadows chegou a pedir para o público abrir uma “rodinha” e para acompanhar, Synyster tocou o riff de “Crossroads”. Depois da agitada “Unholy Confessions”, relembrando o inicio da carreira, a banda se despede, e alguns minutos depois voltam com “Fiction”. Apenas duas luzes direcionadas no palco: uma no guitarrista e outra no baterista e quando começou a voz, uma terceira no vocalista. Num clima bem introspectivo e mais calmo em relação ao restante do show.
Seguiram o bis com “Save Me”, que particularmente, pode ter sido uma escolha um pouco complicada para o final. Além da platéia que pedia incansavelmente por “A Little Piece of Heaven”, sua cadencia tirou um pouco do peso que ficou marcado após “Unholy Confessions”. Ainda que tenha combinado com “Fiction”, ficou no ar uma sensação de “querer mais” e alguns fãs só arredaram o pé após as luzes do Citybank Hall serem ligadas e a ficha cair: “É, acabou.”
Todos os integrantes foram a frente do palco dar mimo aos fãs, jogando palhetas, baquetas e trocando alguns gestos. E assim, os fãs cariocas voltaram felizes para casa, depois de um show tão empolgante e ao mesmo tempo emocionante, e a chuva lá fora… Para lavar qualquer alma e refrescar corpos aquecidos pelas músicas dos seus maiores ídolos.
Set List:
1-Nightmare
2-Critical Acclaim
3-Welcome to the Family
4-Beast and the Harlot
5-Buried Alive
6-So Far Away
7-Afterlife
8-God Hate Us
9-Bat Country
10-Unholy Confessions
Bis:
11-Fiction
12-Save Me
Texto: Amyta Burnley
Fotos: Diego Padilha