DORO PESCH – Ilha dos Pescadores, RJ (21/04/2011)

Rainha do heavy metal! É o único termo que encontro para classificar Doro Pesch. Ainda estou encantado com a aula de rock pesado que ela deu ontem à noite na Ilha dos Pescadores.

Fui acompanhado dos amigos Léo e Danny, dois caras que amam e vivem o hard n’ heavy há 20 anos. Dos três, só eu já tinha visto a Doro, então sabia exatamente a expectativa que eles tinham por dentro, pois passei por isso antes de vê-la pela primeira vez, em 2006 no Live´n´Louder. Minha única dúvida, era se seria tão bom quanto o show anterior.

O lugar Ilha dos Pescadores é tradicional de noitadas de funk e forró por aqui no Rio de Janeiro. (risos) Chegamos rápido ao local. Ele fica no início da Barra e é muito mais perto do que outras casas de show como Citibank Hall e Arena HSBC. Lá dentro, tem ar condicionado, o ambiente é agradável, o som é bom e a visão do palco era perfeita. De ruim, só a cerveja meio quente, mas isso pouco importava. Em poucos instantes a Doro estaria ali na nossa frente!

A deusa do metal entra no palco detonando um clássico absoluto dos tempos de Warlock: “Earthshaker Rock”! Começou da melhor forma possível. Doro estava linda e sua banda, entrosada e poderosa. Nick Douglas, baixista, a acompanha há 21 anos e tem uma presença de palco fantástica, sempre interagindo com o público. O baterista é o Johnny Dee, que marcou época no Britny Fox. Bas Maas, conhecido pelo trabalho com o After Forever, comandou a guitarra principal, enquanto Luca Princiotta anternava entre guitarra e teclado.

A sequência veio com “I Rule The Ruins” e “East Meets West”. Dois sons eletrizantes do Warlock. A platéia era só sorrisos e agitava sem parar. Doro estava visivelmente muito feliz e agradecia todo o carinho dos fãs. Início de show matador!

Chegou o momento de mostrar músicas do último álbum, o “Fear No Evil” de 2009. Doro tocou “Running From The Devil” e “The Night Of The Warlock”. São as melhores do disco e tiveram ótima recepção do público.

“Burning The Witches” colocou fogo no local. Teve seu refrão cantado em coro por todos. Isso é heavy metal de verdade! Doro fez o público participar com seus “hey! hey! hey!” e o incentivou a “bater cabeça”. Ela sacode o pescoço o tempo todo, como uma autêntica “metalhead”, mas seu cabelo nunca assanha e ela continua sempre bela.

Um dos momentos mais emocionantes do show: Doro toca “Egypt (The Chains Are On)” do mestre Dio. Ela gravou essa música para um tributo ao grande ídolo do metal. Durante a execução da música, um fã deu uma camisa do Dio para Doro, que a abraçou e beijou. Foi muito aplaudida pelos presentes.

A emoção continuou com “Für Immer”. Para mim, a melhor balada da carreira da Doro. Foi muito bonito ver o público cantando: “deep inside my heart… Für Immer”. Significa “para sempre” em alemão. Doro disse que o carinho dos fãs daqui estará sempre em seu coração. O show dela também estará nos nossos.

“Metal Racer” não deixou pedra sobre pedra. Várias rodas no público. Foi animal! Em seguida tocou uma música que fez em homenagem aos 20 anos do Wacken Open Air em 2009, chamada “Wacken Hymne (We are the Metalheads)”, que diga-se de passagem, é ótima e muito empolgante. Justa homenagem ao maior festival de metal do mundo.

Quando Doro anunciou “True As Steel”, confesso que o coração bateu mais forte. Grande clássico, ótimo refrão. Música marcante da época do Warlock. Fãs extasiados. Como é bom ver essa loirinha iluminada no palco! “Hellbound” veio depois e rodas foram formadas. O metal rolou solto!

A rainha fala sobre o Judas Priest e a influência deles na carreira dela. Chega a citar que são a razão pela qual ela escolheu estar em cima de um palco comandando uma banda de rock. Começaram a tocar “Breaking The Law” de forma mais lenta, lembrando um pouco a versão do álbum orquestrado dela. Mas logo começou a versão heavy, que colocou todo mundo para cantar e agitar. Ficou ótima na voz dela.

“All We Are”! O que dizer do maior hino gravado pela Doro? A platéia cantou incansavelmente 30 vezes o refrão desta (sim, 30! uma amiga contou). Público pulando, cantando, agitando. Felicidade! Essa era a palavra. Acho que todos ali estavam esperando por essa. Foi sensacional. A banda se despede, mas sabíamos que teria bis.

A volta foi com a animada “Burn It Up” do álbum “Calling The Wild”. Logo depois, duas músicas do “Warrior Soul”, seu penúltimo ábum: “You´re My Family” e “Above The Ashes”. A primeira um ótimo heavy metal que Doro ofereceu aos fãs, citando que são sua família. A segunda, uma bela balada.

Eu e meus amigos estávamos ficando preocupados. Começamos a achar que não rolaria “Fight For Rock”. Essa música era o sentido de eu estar ali. Foi a primeira que ouvi dela. Tenho até hoje minha fita VHS com o videoclipe gravado do antigo programa “Fúria Metal” que rolava na MTV. Mas aí… a deusa do metal ouviu as nossas preces e a anunciou! Cara… que alegria! Saí correndo, pulei como louco, tirei a camisa, berrei o refrão abraçado aos brothers. Me senti novamente com 14 anos!

O show já poderia acabar ali, que todos sairiam satisfeitos. Mas ainda tinha espaço para mais uma música. Rolou um problema no som, o amplificador de baixo estourou. Então, o batera Johnny Dee começou a improvisar “I Love It Loud” do Kiss para brincar com os fãs. Pouco depois, Doro anuncia que tocará a última da noite: “Metal Tango”. Mais um grande som do Warlock e show fechado com chave de ouro.

Foi uma autêntica aula de heavy metal e de como um ídolo deve se portar com os fãs. Doro foi simpática, gentil, carinhosa, falou frases em Português como “se Deus é brasileiro, então Doro é carioca”. Ela demonstrou o tempo todo a enorme felicidade de estar num palco, cantou e encantou a todos. Recebeu flores e presentes durante a apresentação. Guardarei para sempre essa noite. O show conseguiu superar o do Live´n´Louder, pelo aspecto intimista que teve, só para os fãs dela. Doro Pesch: maior nome feminino da história do metal.
Texto: Thiê Rock
FotosDaniel Croce
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