PAPA ROACH – Ego Trip
Se você estivesse vestindo suas bolsas e correntes de carteira para curtir com Papa Roach em 2000, provavelmente não acharia que ainda estaria fazendo isso 22 anos depois.
Certamente não com nomes maiores como Slipknot e Linkin Park ganhando destaque ao mesmo tempo.
Bem, quão errado você pode estar? Pois o Papa Roach não está apenas conosco, mas são uma banda infinitamente mais desafiadora, diversificada e simplesmente melhor do que aquela que gravou o álbum Infest.
A nova oferta de Ego Trip rasga qualquer aparência de um livro de regras, fazendo rap e balançando com o fervor de qualquer uma das jovens brilhantes da música.
Swerve junta o frontman Jacoby Shaddix com Jason Aalon Butler do FEVER 333 em um rock que encontra o grind de hip-hop que inclui até explosões de sax. Em outros lugares, é tudo sobre a reação química entre peso e harmonia – sucessos instantâneos como Kill The Noise e Stand Up brigando por atenção.
Há também uma produção extraordinariamente imersiva. Bloodline – com suas paisagens sonoras realmente fazem você pensar que suas janelas estão chacoalhando; é mais Killing Joke do que Korn, e dependendo do volume que você está procurando, genuinamente alarmante.
A faixa-título e Unglued apresentam o tipo de ganchos limpos e espelhados lindamente que ouvimos de Bring Me The Horizon nos últimos tempos. Os retornos vêm das sombras – a beleza é que você não sabe que eles estão chegando. Dying To Believe é típica, o refrão sincero de Jacoby sangrando de cenários de hip-hop, falhas eletrônicas, produção do tamanho do oceano e os riffs chocantes de Jerry Horton.
Claro, algumas músicas são melhores que outras, mas Ego Trip é uma coisa rara: um álbum de 14 faixas que não apresenta um único duffer. Muitas bandas derreteram sob o olhar em constante mudança da indústria da música, obcecada pelo zeitgeist. Papa Roach revidou – e seu 11º álbum é uma grande conquista.
AUTOR: Steve Beebee
FONTE: https://www.kerrang.com/